Religião, razão e fé

     A religião e a filosofia são domínios diferentes, mas não são antagónicas na medida em que tem afinidades e aspectos comuns. A filosofia abarca a totalidade do real e não podia deixar de abarcar a religião. Na antiguidade clássica a filosofia vai-se separar da religião e o homem vai explicar os fenómenos da natureza não com base em divindades mas nos fenómenos naturais. Passa a ter consciência que o mundo é um problema que tem de ser resolvido não segundo modos religiosos mas em modos conceptuais, a razão. É ao aparecimento do pensamento racional. Já na idade média a maioria dos filósofos medievais defendiam a existência de um acordo entre a razão e a fé, embora a razão estivesse sobre a alçada da fé (a igreja é que dominava). Vários filósofos procuravam a conciliação como o caso de S. Tomás de Aquino que afirmavas que estas duas se podiam conciliar. Porem esta conciliação era apenas aparente porque a razão não podia contradizer a fé. Esta época foi designada a era das trevas, pelo motivo de que as pessoas não podiam ter ideias contraditório ás da igreja. Com o aparecimento da renascença volta-se a dar valor aos filósofos da antiguidade, passamos do Teocentrismo para o Antropocentrismo. Surge uma nova visão do mundo, derivada dos descobrimentos que trazem novos mundos ao mundo. Ao aparecimento das novas tecnologias de instrumentos de observação que vão possibilitar a apresentação de uma nova imagem do cosmos. E nesta altura a igreja entra num cismo, derivado da sua não evolução em não acompanhar novas mentalidades, como a de Copérnico que vem afirmar ser o sol e não a Terra o centro do universo. Na modernidade tem-se uma imagem do universo estável, maravilhados com o prodígio do mundo e só uma entidade poderosa seria capaz de tal coisa. Tenta-se explicar por argumentos racionais provar existência de Deus, através de pensadores com René Descartes ou Leibniz. A partir do séc. XVIII a ascensão do método experimental e as possibilidades que oferecem á investigação científica levam a muitos homens a verem na ciência o conhecimento por excelência. As áreas situadas fora da ciência não proporcionariam um saber digno de credibilidade. É esta posição que é defendida por Auguste Conte que afirma a religião ser algo do passado. No entanto para que o saber humano chegar a esta forma a que se chama estado cientifico era necessário passar por dois períodos anteriores: o estado teológico que corresponde á infância da humanidade que o homem para os explicar os fenómenos recorria a seres sobrenaturais; e o estado metafísico em que se fala de forças abstractas e ocultas. Até que chegamos ao estado ideal em que o homem explica os fenómenos não em base em divindades ou forças ocultas mas através de leis, obtidas através da observação e raciocínio matemático.

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