Ética de Kant

         Kant operou uma verdadeira revolução ao propor uma ética autónoma, formal e ide ontológicas. Kant tem uma concepção dualista do homem, por natureza apresenta simultaneamente uma disposição para a animalidade, enquanto ser material que dispõe um corpo dotado de apetites, desejo e necessidades de ordem biológica, mas também uma disposição para humanidade, a sua parte superior e racional da responsabilidade e da consciência, no sentido do dever com capacidade de agir moral. Kant propõe uma ética racional, autonomia da razão que consiste em o homem ter força suficiente para seguir os ditames da razão, sem pressão social ou inclinações biológicas a ameaçar em desviar para uma direcção diferente. O respeito pelo dever é uma noção central numa ética kantiana, apresentando-nos o exemplo para caracterizar a acção moral e distingue três espécies de acção: acção contra o dever que é o que acontece quando um comerciante explora os clientes, cobrando preços abusivos, esta acção não tem valor moral. Outra acção é conforme ao dever, é o caso do comerciante que não vende caro para conservar clientes ou eventualmente conseguir outro, esta acção carece de valor moral porque não passa de um meio para alcançar um fim, e por último a acção por dever, que é o caso de um comerciante que não vende caro porque sabe que é o seu dever, e são acções como esta que segundo Kant são as verdadeiras acções morais.
       A criação de uma ética universal era de facto o objectivo de Kant, para ultrapassar as éticas materiais e fundamentadas da experiência sem validade universal, que assim formulou o imperativo categórico que diz para agir segundo uma máxima para que se possa ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal e evidencia a ideia do homem como fim e não como meio.

Sem comentários:

Enviar um comentário