A filosofia não se limita a formular interrogações e a por dúvidas e a olhar criticamente o mundo, ela vai encontrar respostas que se constituem o saber filosófico. Por isso os filósofos que formulam as questões também dão respostas que deixam sob a forma de autor, por isso falamos na filosofia de J. Locke e Descartes. Mas a resposta dada pelo filósofo não impede que outros pensadores reflectirem sobre a mesma questão. E essas respostas reflectem a formação dos filósofos e os condicionalismos histórico-culturais. Porque face à questão do conhecimento J. Locke diz que a sua origem vem das vivências e da experiência (seus interesses estavam mais para as ciências daí ele valorizar a observação e experimentação), e Descartes diz que o conhecimento vem da existência de ideias inatas, da razão (andou a estudar medicina, matemática e andou voltado para os seres abstractos).
Portanto estes dois filósofos tiveram formações diferentes e foram condicionados histórico-culturalmente porque os filósofos são filhos do seu tempo. Na idade média a vida era considerada um dom de Deus e era dominada pelas preocupações religiosas (Teocentrismo), na altura os filósofos eram padres como por exemplo S Agostinho que vai propor uma peregrinação a Deus e aí encontrar a salvação, uma doutrina baseada na fé e na bíblia. Na época renascentista é marcada pelo Antropocentrismo, vai haver uma viragem na concepção do mundo, é a época dos descobrimentos, e a filosofia liberta-se da fé, vira-se para a razão do homem e o homem é que deve encontrar as soluções para os seus problemas, como o aparecoimento de Francis Bakam, que vais propor uma sociedade ideal, uma sociedade baseada no progresso científico e tecnológico.
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